martes, 3 de marzo de 2009

CARCOMEDHI (FOTO DE IAGO ALONSO)


As três vezes que vim a Carcomedhi ao vivo gostei imenso, podo dizer que havia muito tempo que nom ia a um concerto sem conhecer as músicas e o passava tam bem. Para que se fagam uma ideia de a que soam acho que poderiam ter saído das já mil vezes mencionadas Ruinas de Meicende, mas nom som da canteira essa, som de Vigo. A entrevista é fruto dumha dessas tardes em que che faltam ideias e as que che saim da cabeça som de todo menos originais, desculpem mas nom dava para seguir pensando, eis o que digeram. Confiram as músicas e botem um olho às letras na sua web, um bocado mais abaixo a gente o tem escrito.



- Umha das cousas das que gosto da banda é que, se bem podo deduzir quais som as vossas influências, nom me soades demasiado a nenhumha outra banda, tedes um som próprio, que opinades? Falando de influências, quando comezastes a tocar, que grupos estávades a escoitar que puiderom influir na vossa música?

Manurro: Carcomedhi é ante todo um grupo de amigos. Sempre nos tomamos as cousas com calma demais. Isto é um passatempo polo que tocamos sem pressom e do que gostamos. De aí que nom soemos coma outros. Gostamos de meter canha e mesturar distintos ritmos porque se fai muito mais entretido de tocar. As nossas influências som múltiplas. Papamos muitos grupos nacionais crusties, hardcoreiros, stoner... também estám os clássicos do heavy, trash, rock'n'roll que nom se podem omitir. Lagwagon, R.K.L, AC-DC, os Judas, Raised Fist, The Eyes, Ekkaia, HHH, Ictus, Madame Germen, Minor Threat…
Raúl: A verdade é que se bem temos gostos musicais comuns cada um sente predilecçom por bandas mui diferentes dependendo de a quem perguntes. Do HxC ao heavy passando polo pop ou o rock mais clássico. Isto junto com o facto de nunca nos plantejarmos seguir um estilo concreto deve ser o que fai que tenhamos um ar diferente.


- O facto de colgar as vossas músicas na internet de balde é um recurso ou um objectivo em si próprio? Pensades que o futuro, talvez o presente, da música reside nisto precisamente, colgar os discos na internet?

Manurro: O nosso dá medo. Nom damos gravado nada a sério. Colgamos o que hai em internet para quem poida estar interessado em escuitar-nos. Para a música e o músico parece-me mui beneficioso internet ainda que muitos opinem o contrário. Singelamente no meu caso quando gosto dum álbum merco-o em quanto puider ainda que já o tenha em mp3.
Cristela: Desde logo é umha facilidade. Também gostariamos de ter algo gravado em CD ou vinil por aí. Mentres nom seja assim, internet está para todos.
Raúl: O que mais lhe deveria de interessar a umha banda é que a sua música poida ser escuitada por quem quiger quando quiger. Pessoalmente acho que se queres ser honesto o que de verdade deveria importar som os concertos, e as gravaçons só som um meio para chegar a mais gente. De todos os jeitos se se edita um disco com preço justo, ninguém teria que ter problema para mercar o disco original. Os selos pequenos agradecerá-no.


- Já levades uns quantos anos tocando, desde que começastes vistes muitas mudanças no vosso entorno musical? Ia empregar a palavra “cena”, pensades que seria apropiado? Sentides que fazedes parte dalgumha cena?

Manurro: Nom, a cena sempre foi cousa de uns poucos (quase sempre os mesmos). Nom nos identificamos com nenhum jeito de vestir nem ideologia em concreto. De facto pode ser algo que nos margine um bocado das distintas cenas...veganos, costras, emos....
Cristela: Pois da cena dos de Vigo, que som os que sempre estám nos nossos concertos.
Raúl: Desde que começamos passou de todo. Desde bandas que aparecem, beijam o santo e desaparecem, outras que duram quatro dias, algumhas que semelha que serám a próxima grande banda a ter em conta e ao final... cá estamos nós, sem dar muita guerra e sem importar-nos muito o estilo de moda. Em quanto à cena, nom sei, a final somos quatro gatos e em quatro concertos a cousa pode ser um bocado aburrida. Hai que abrir um bocado mais a mente e tocar com outro tipo de bandas. Acho que estamos num ponto meio. Nem tam sérios para ser membro oficial da cena e demasiado macarras para o resto de estilos.


- Segundo o vosso ponto de vista quais destes conceitos-ideais-nomes deveriam estar ou estám relacionados com a vossa conceiçom do punk:

-Bater nos emos:

Manurro: Nom semelham piores os emos que outros.
Cristela: Eu daria-lhes umha pancada a todos (mentres escrevo isto rio um bocado...). entendo que som meninhos e toca-lhes viver umha sensaçom mui nojenta.
Raúl: Chorradas de gente que se aborre.

-DIY:

Manurro: Vejo-o bem. Económico e autêntico. Necessário se queres que perdure o que fazes.
Cristela: Aplica-o a todo.
Raúl: A melhor maneira de que as cousas saiam como um quer.

-Multinacionais:

Manurro: Sanguessugas. CD´s a 20 euros. Que os fodam.
Cristela: Mais benefícios.
Raúl: Haverá de todo. Cada qual que saiba a quem vende a sua alma.

-Subvençons :
Manurro: Onde?
Cristela: Nom me fales de subvençons porque te como.
Raúl: Polo geral para que che concedam umha tes que reunir uns requisitos que dificilmente se adaptam às necessidades que um tem. De todos os jeitos, levo cotizando desde os 16. Os impostos que os invistam nalgo positivo.

-SGAE:
Manurro: A alguns vai-lhes bem. Connosco nem perdem nem ganham. Parecem-me uns mamons os que montam o assunto.
Cristela: Que deixem aos rapazes que têm bares e tendas em paz e ponham a música que queiram. Som um fato de mafiosos.
Raúl: Nada que nom se digera já. Quanto mais longe melhor. Polo nosso próprio bem e polo seu.

-Política:
Manurro: Fala-se muito, cobra-se muito e fai-se pouco. Sempre em desacordo. Mas se queres ser sociável com os teus vizinhos hai que viver com ela.
Cristela: Está relacionada com todo. A política é necessária e mui interessante mas nom se fai um bom uso dela.
Raúl: Algo que dá muito nojo mas que para bem ou para mal nom podemos estar à margem.


- Às vezes tenho problemas para explicar à gente que nom está relacionada com o mundo do hardcore/punk por que fago um fanzine, monto concertos, ajudo a gente que nom me ajudou a mim primeiro sem receber dinheiro em troca, botade umha mao, explicade o porquê há gente que fai estas cousas desinteressadamente. Pensades que se estám a perder determinados princípios éticos que se têm associado desde sempre ao hardcore e ao punk?

Manurro: Os fanzines, os concertos,…mantêm este mundinho com vida. No fundo com isto das-te por contente. Sempre iremos a um concerto punk porque gostamos da ideia e a energia, ainda que hai muito postureo por aí....
Cristela: Todos saímos beneficiados. É umha forma de socializar-se (conheces gente, compartilhas gostos,…). Nom estou nada metida como para saber se estes princípios se perderam mas nom acho que seja assim.
Raúl: Sempre haverá gente disposta a botar umha mao. Ao igual que sempre hai gente que o único que quer é liá-la e acabar com a paciência de todos. A final com os naos a gente acaba queimando-se. Quando “te la juegan” umhas quantas vezes andas com muito coidado com todo o que fazes e acabas por perder a ilusom no assunto. É umha pena.


- Desde o vosso ponto de vista quais som as propostas musicais mais interessantes que hai no país neste momento? E a nível internacional?

Manurro: Eu por exemplo nom estou mui ao tanto do que hai agora mesmo. Adoito desfrutar nos concertos pequenos e fico com esse tipo de grupos. Gosto de grupos próximos como Moksha, Moho, The Eyes, Based on a Lie, Black Panda, Ictus,…
Cristela : Concordo com Manurro mas também com bandas como Standstill, A Room With a View, Buogh!, Enrique Morente (escuito-o muito), Gtuk, Experience,...
Raúl: Eu nom para de escuitar Envy, Comeback Kid, Ictus ou cousas mais pop como Nueva Vulcano, Blonde Redhead ou Death Cab for Cutie.


- Já que começastes a tocar no 2003 a banda estivo activa durante o troco político que aconteceu no País, como analisades este troco, pensades que foi positivo?
Como pensades que mudou, se o fijo, a situación com Ánxela Bugallo como nova Conselheira de Cultura e Desporto?

Manurro: O que parece umha mudança positiva a final fica em nada. Os voitres continuam a chuchar e as cousas vam a pior inevitavelmente mas se nos compararmos com a gente que mora no terceiro mundo podo sentir-me privilegiado.
Cristela: A cousa está fodida e penso que estará pior. (Até que a gente aguante).
Raúl: Nom se sorprenderá ninguém quando diga que a cousa nom tem mudado muito. A final é a política internacional a que nos marca o dia a dia e estamos metidos numha espiral em que dá igual se manda um partido ou outro porque som as grandes empresas e as grandes economias quem dictam para onde sopra o vento. Em quanto ao cultural... nom vim nada destacável para pensar que a cousa vaia a melhor.


- Qual é a vossa opiniom sobre o maremagnum musical de festivais que começa quando chega o verám?

Manurro: Cago no Ska e na Rumbacatalana. Mais variedade é favor!!!!
Cristela: Está de puta mae mas eu já nom me fixo no cartaz.
Raúl: Em princípio sempre se agradece que haja iniciativas. Se queres vas e se nom queres nom. Se calhar seria mais positivo que todos esses concertos que se fazem num mês ou dous se figeram ao longo de todo um ano.


- Polo que puidem ler na vossa biografia um dos componhentes do vosso anterior grupo tivo problemas com a permissão de residência... que opinades da política de inmigraçom do PSOE e cousas como o muro de Melilla?

Manurro: É um problema mui complexo. Umha putada para quem o sofre e algo impossível de solucionar mentres haja diferentes benefícios.
Raúl: Nem sequer é algo do que culpar aos políticos porque só hai que perguntar a qualquer um desconhecido da rua ou mesmo a algum familiar próximo para ver a xenofobia que existe no nosso país. A gente ou nom sabe ou nom quer saber em que situaçom estávamos depois da Guerra Civil, que foi hai bem pouco. O mito de que os espanhóis fomos com os papéis em regra a trabalhar a outros países é algo que gostamos de crer mas que nom é verdade.


- Umha pergunta típica... Recomendade, se fazedes o favor, e explicade a escolha se o considerades oportuno

-Umha loja de música em Vigo:
Manurro: Em tendas de segunda mao. Na Tipo também atopas cousas baratas.
Raúl: Nom sei, se queres mercar algo diferente merca nalgumha dístri de algum concerto.

-Filmes dos que gostárades ultimamente: "The Man from Earth", "O estrangeiro tolo" de Tony Gatlit.

-Séries: "Perdidos", "Me llamo Earl"...

-Documentário: "Loose Change" sobre as torres gémeas. "American Hardcore" está interessante.

-Banda desenhada: "Watchmen"!!! "Saltando al Vacio"ou "El Hombre con Miedo" de MAN. "Maus".

-Páginas web: "Meneame.net", "Rockcore.com"


- Espaço livre, dizide o que queirades: Obrigado de parte de todos os membros do grupo. Avante com o fanzine a pesar de gente coma nós que nom ponhemos da nossa parte e nom entregamos as cousas a tempo.


www.carcomedhi-hxc.tk

No hay comentarios: